Programa 278
Predizendo a Queda de Jerusalém

Marcos 13 e Lucas 21, que foram escritos para um público gentio, ajudam a esclarecer a que se referia Mateus 24.

Bem-vindos à Rádio WLC, uma subsidiária do Ministério da Rádio WLC. Um ministério online dedicado a aprender como viver e estar constantemente preparado para o retorno do Salvador.

Durante dois mil anos, os crentes de todas as gerações desejaram ser a última geração. Porém, ao contrário da crença popular, Cristo não deu-lhes “sinais dos tempos” para que eles pudessem reconhecê-los como tais. Em vez disso, ele os advertiu uma vez após a outra que a sua vinda pegaria de surpresa até mesmo os escolhidos. Yahushua os alertou sem reservas para estarem prontos, pois ele disse em Mateus 24:44: “À hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá”.

Rádio WLC: Ensinando e preparando corações para o iminente retorno de Cristo.

Parte 1 – Predizendo a Queda de Jerusalém: (Will e Chris)

Chris de Lucca: Quando eu tinha uns… ahhh, 12 anos, eu acho; mais ou menos na idade em que eu estava começando a ler a Bíblia sozinho e já conseguia entender suas linhas, me deparei com Mateus 24. Aprendi a crer em um tipo de arrebatamento secreto que ocorreria antes da grande e final tribulação, e que para mim, este capítulo se encaixava perfeitamente dentro deste contexto. Descrevia perfeitamente — ou assim eu pensava — uma grande tribulação.

Fiquei tão animado por encontrar uma passagem que pudesse entender sua mensagem que comecei a sublinhar linha por linha, e quando percebi, já tinha sublinhado todo o capítulo!

Com o tempo e com mais estudo, percebi que as Escrituras não ensinam sobre nenhum tipo de arrebatamento secreto, mas por muito tempo ainda acreditei que o retorno do Salvador seria precedido por um claro e óbvio "tempo de angústia."

Mais recentemente, aprendemos que quase todo o vigésimo quarto capítulo de Mateus alerta para a destruição de Jerusalém no ano de 70 d.C. Já tivemos vários programas sobre isso, mas creio que você, querido ouvinte, não vai querer perder o programa de hoje, porque a crença de que Mateus 24 é uma advertência sobre o fim do mundo é tão difundida entre os cristãos que o programa de hoje lhe dará uma base sólida para compartilhar a verdade com outros crentes.

Olá, eu sou Chris de Lucca e você está ouvindo a Rádio World's Last Chance, onde cobrimos uma variedade de tópicos relacionados às Escrituras, às profecias, às crenças bíblicas, o amor aos nossos semelhantes em sua forma prática, assim como se preparar para o retorno de nosso Salvador, que pode ocorrer quando menos esperarmos. Hoje, o Will Santos analisará Mateus 24 no contexto de Marcos 13 e Lucas 21. Os três evangelhos sinóticos — Mateus, Marcos e Lucas — registram esse diálogo. João optou por não incluí-lo em seu evangelho, o que é interessante porque, de acordo com o relato de Marcos, João era um dos quatro discípulos presentes quando Yahushua proferiu esse discurso!

E já seguindo para o final do programa de hoje, a Laura Lee nos trará mais uma promessa para aquelas pessoas que já desejaram se sentir aceitas.

Will, por que você acha que João não fez referência a este diálogo?

Will Santos: Essa é uma ótima pergunta, Chris. Acredita-se que o Evangelho de João foi o último a ser escrito. Se as datas estiverem corretas, ele foi escrito após a destruição de Jerusalém, e assim, ele pode ter achado que não havia necessidade de incluí-lo. Além disso, a maior parte do Apocalipse prediz a destruição de Jerusalém e, quando ele escreveu seu Evangelho, ele já havia escrito sobre o assunto com profundidade.

Chris: É isso mesmo.

Will: Eu gosto muito da ideia de que todos os Evangelhos Sinóticos incluam esse discurso, porque cada um deles contém nuances e detalhes não encontrados nos outros livros, e podemos aprender muito estudando Mateus 24 no contexto de Marcos 13 e Lucas 21.

Chris: Mas antes de continuarmos, eu gostaria de te perguntar uma coisa muito que rapidamente. Recentemente, um de nossos ouvintes aqui da América do Sul perguntou por que estamos dedicando tantos programas a este tópico. Para alguém que ouviu nossos outros programas sobre este tema, por que continuarmos abordando este tópico?

Will: Em meus anos como cristão — e ainda mais, em meus anos de estudo das Escrituras por conta própria — vi e vivenciei que mentes diferentes são convencidas por diferentes níveis de evidência, e nem todas são convencidas pelos mesmos argumentos. A verdade, é claro, é eterna, e Yahuwah guiará todos os que desejam conhecê-la e aprender mais e mais, mas há mais de um caminho para chegar a essa verdade, e que depende de nossas origens, bem como de nossas crenças passadas e atuais.

Além disso, o erro é difundido sobremaneira. O cristianismo foi abençoado com grandes verdades, mas o diabo se infiltrou e as corrompeu com muitos erros. Sim, normalmente temos vários programas sobre diversos assuntos, mas cada um analisa evidências diferentes e de ângulos diferentes. Por quê? Porque mentes diferentes precisam de evidências diferentes, lógicas diferentes, a fim de visualizar a verdade claramente.

Chris: Entendi, e faz sentido.

Mas, por que você acha que todos nós presumimos que Mateus 24 — e Marcos 13, juntamente com Lucas 21 — tratava exclusivamente do fim do mundo e do retorno de Cristo?

Will: Acho que parte disso tem a ver com a forma como os discípulos formularam a pergunta, conforme registrado em Mateus 24. E assim, quando você descobre que Marcos 13 e Lucas 21 abordam o mesmo diálogo, é fácil presumir que todos estão falando sobre o fim do mundo.

Vamos para Mateus 24, pois eu gostaria de mostrar o que estou tentando dizer. Leia os três primeiros versículos para nós, Chris.

Chris:

Tendo Yahushua saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

No monte das Oliveiras, achava-se Yahushua assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.

Will: A maneira como Mateus se expressa — E que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século? — faz parecer que o foco está no retorno de Cristo, e tem sido patente presumir que o discurso de Cristo tinha uma dupla aplicação, que era referente à destruição de Jerusalém, bem como a um período de tribulação antes do seu retorno.

Chris: Sim, e é o que sempre me ensinaram.

Will: A mim também. E, para ser justo, a maneira como Yahushua se expressou em algumas de suas respostas — certamente parece que ele está falando sobre o fim desse mundo.

Chris: É verdade. Ouça os versículos 29 a 31. Dizem:

Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.

E na minha Bíblia, os editores inseriram um subtítulo apenas para esses versículos. Diz: "A Vinda do Filho do Homem."

Will: Entendi! Obviamente, não foi Mateus que incluiu esse subtítulo. Mas, só porque os editores da sua Bíblia o fizeram, e como ele está presente no texto, pode ser fácil ser influenciado por ele e presumir que se trata da Segunda Vinda.

Chris: Bem, você tem que admitir que esses versículos parecem que ele está descrevendo o fim do mundo. Ou, pelo menos, como sempre o imaginamos com base em nossa interpretação desta passagem.

Will: Concordo. E em outros programas, vimos como esses versículos, na verdade, se aplicam à destruição de Jerusalém, e então não falaremos sobre isso. O que eu quero fazer hoje é comparar Mateus 24 com os relatos paralelos com Marcos 13 e Lucas 21 porque, quando fazemos isso, podemos começar a perceber que nossas suposições sobre esta passagem estavam incorretas.

Chris: Existem algumas diferenças significativas entre os relatos dos três evangelhos sobre este discurso, não é mesmo?

Will: Bem, todos eles apresentam sinais de advertência sobre a destruição de Jerusalém, mas sim. A forma como são escritos difere, e o que precisamos lembrar ao analisar esses relatos é uma das regras mais básicas da interpretação bíblica: levar em conta todas as passagens das Escrituras sobre qualquer assunto. Mateus 24 não é um capítulo independente. Temos que vê-lo à luz dos relatos de Marcos e Lucas que relatam o mesmo diálogo.

Chris: Sim, e é sempre importante reunir todas as passagens que tratam do mesmo assunto e estudar tudo dentro do contexto.

Will: Mateus foi escrito para um público majoritariamente judeu. Seu relato é mais difícil de entendermos porque a terminologia que ele usa, embora compreendida por leitores judeus, para nós não é tão clara. E dessa forma projetamos em Mateus 24 a suposição de que ele está descrevendo o fim do mundo.

Por outro lado, tanto Marcos quanto Lucas foram escritos para públicos gentios: Lucas escreveu para os gentios em geral e Marcos para um público romano. Eles tendem a evitar as expressões idiomáticas que Mateus usa. Mateus conseguia se safar com muitas expressões idiomáticas judaicas porque seu público-alvo era judeu, e é aí que nos confunde. Se você não sabe que uma frase é uma expressão idiomática, você vai interpretá-la literalmente.

Chris: Boa observação.

Will: Mas vamos começar com o relato de Marcos. A maioria dos estudiosos concorda que ele foi escrito primeiro. Você poderia abrir no capítulo 13 e ler os versículos…

Na verdade, leia para nós o capítulo inteiro. Eu sei que é longo, então vá com calma, pois precisamos ler tudo, sem nenhum tipo de fraseologia judaica que não entendemos.

Leia, por favor.

Chris:

Ao sair Yahushua do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções!

Mas Yahushua lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.

No monte das Oliveiras, defronte do templo, achava-se Yahushua assentado, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se.

Will: A Bíblia de Genebra, a Bíblia dos Reformadores Protestantes, traduz este versículo como: "Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?" E já podemos ver que não há nenhuma referência à Segunda Vinda. Eles estão apenas perguntando: "Ok, e quando tudo isso vai acontecer?"

Continue.

Chris:

Então, Yahushua passou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos. Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores.

Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações. Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.

Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão. Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.

Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da sua casa alguma coisa; e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que isso não suceda no inverno. Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Yahuwah criou, até agora e nunca jamais haverá.

Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias. Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos. Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.

Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.

Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu.

Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.

Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai. Estai de sobreaviso, vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo. É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie.

Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!

Will: Você vê as diferenças de terminologia nesses versos?

Chris: Uau! É claramente a mesma mensagem, mas a forma como é expressa é um pouco diferente. Isso só mostra o quanto de interpretação projetamos no relato de Mateus.

Will: É porque não entendemos que ele estava usando expressões idiomáticas judaicas.

Chris: Correto. Will, vamos fazer uma pausa rápida e, quando voltarmos, eu gostaria de me aprofundar mais nisso.

Voltamos já, já!

O milênio: um incrível período de tempo que ocorrerá após o retorno de Yahushua, quando… bem, as opiniões variam sobre o que acontece em seguida. Alguns acreditam que os santos retornam ao Céu com Yahushua por mil anos. Outros acreditam que Cristo e os santos reinam em Jerusalém por mil anos. E acredito que ainda há muitas outras interpretações diferentes sobre esse tema.

O problema é que todas essas crenças estão incorretas. A verdade chocante é que o milênio é, na verdade, um período simbólico que se estende desde a ascensão de Cristo até ao seu retorno, e as Escrituras comprovam isso! E até mesmo os apóstolos entenderam esse conceito. Os crentes modernos o ignoram porque não entendem que o milênio é um período espiritual simbólico.

Para saber o que as Escrituras ensinam sobre as "duas eras", visite nosso website, no https://www.worldslastchance.com/portuguese, e clique no ícone da Rádio WLC. Procure pelo programa 264, intitulado "O Amilenismo: Um olhar crítico no tocante às suas evidências". O título é: "O Amilenismo: Um olhar crítico no tocante às suas evidências", no https://www.worldslastchance.com/portuguese.

Parte 2

Will: Vamos continuar onde paramos. Chris, você tinha acabado de ler Marcos 13, e a primeira coisa que chama a atenção é que os discípulos parecem fazer duas perguntas ao invés de três. Em Mateus 24, versículo 3, dá quase a entender que eles fazem três perguntas:

• Quando sucederão estas coisas?
• Que sinal haverá da tua vinda?
• E da consumação do século?

No relato de Marcos, eles perguntam apenas duas coisas: Quando sucederão estas coisas — e essa é uma questão de tempo — e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se?

Chris: Muito interessante. E não há referência à Segunda Vinda ou à consumação dos séculos.

Will: Não, não há. E como já abordamos em outros programas, agora sabemos ser essa fala uma expressão idiomática judaica, e não uma referência literal ao fim do mundo.

O problema que a maioria de nós teve ao interpretar Mateus 24, além de não entender as expressões idiomáticas judaicas que ele utilizou, é que o lemos completamente fora de contexto. Marcos faz uma composição mais elaborada ao contextualizar todo esse diálogo.

Chris: Sim. E também não há quebras de capítulo nos evangelhos originais.

Will: Vamos voltar para o capítulo 12 e ver o que tinha acabado de acontecer que levou os discípulos a apontar a Yahushua toda a glória do templo. Marcos 12, versículos 41 a 44.

Chris:

Assentado diante do gazofilácio, observava Yahushua como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento.

Will: Este é o final do capítulo 12. Os versículos seguintes do capítulo 13 narram os discípulos chamando a atenção de Cristo para a beleza do templo. Note que os discípulos eram, assim como nós, um produto de sua época. Eles admiravam a aristocracia abastada e desejavam ser ricos também.

Chris: Então, basicamente, eles estavam tentando corrigir o Mestre. Eles diziam: "Olha só isso, Mestre! Este lindo templo não poderia ter sido construído com algumas moedinhas, mas foi erguido com as doações dos ricos!"

Will: Basicamente, sim. É exatamente isso que está acontecendo aqui. O relato de Lucas, que veremos em breve, deixa ainda mais claro: eles queriam que Yahushua entendesse que o templo e seus serviços foram construídos — e sustentados — pelas doações regulares dos ricos, e não pelo que uma viúva pobre poderia contribuir.

Foi esse pensamento dos discípulos que Cristo se referiu quando predisse a destruição total de tudo o que eles contemplavam.

Chris: Pois é. Riqueza material não significa muito para quem é herdeiro de Yahuwah. É como tentar negociar com Yahuwah para que seja levado todo o seu ouro para a Nova Jerusalém. Em uma cidade pavimentada com ouro, é como negociar desesperadamente para trazer uma certa quantidade de asfalto!

Will: Correto! Os "tesouros" mundanos não são de nenhuma valia para aqueles que herdarão tudo. Mas não podemos perder o contexto ao tentar decifrar Mateus 24.

A primeira coisa que Yahushua faz é explicar o que o sinal não é.

• Não são falsos Cristos ou mesmo mestres que vêm em seu nome e ensinam o erro.
• Não são guerras e rumores de guerras.
• Não são terremotos, fomes ou outras calamidades naturais.
• Nem mesmo perseguição em suas múltiplas formas.

Tudo isso, diz ele, são apenas "o princípio das dores". É somente no versículo 14 que ele volta sua explicação para o que verdadeiramente é o sinal. Você poderia ler esse versículo novamente para nós?

Chris: “Quando, pois, virdes o abominável da desoladora situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes.”

Will: “O abominável da desoladora” ou a “abominação da desolação”, como Mateus coloca, soa ameaçador, não é mesmo? Parece algo que se esperaria que acontecesse durante uma grande tribulação.

O problema é que, se isso é um prenúncio do fim do mundo, nada do que se segue faz o menor sentido. Quando Yahushua retornar, que diferença faria para que as pessoas “fugissem para os montes da Judeia”? Que diferença faria para uma pessoa que estivesse no terraço, não entrasse para buscar sua capa, ou para alguém que tivesse arando, não voltasse para pegar sua túnica? Quando Yahushua, na verdade, retornar, isso não estará na mente de ninguém, muito menos será uma tentação!

Chris: É verdade. Quando lemos outras passagens que descrevem a Segunda Vinda, o que dá a entender é o quão repentina ela será e o quão rápido tudo ocorrerá.

Ouçam isso, caros ouvintes. O texto é o de 1 Coríntios 15, versículos 51 e 52. Diz: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.”

Will: “Num momento, num abrir e fechar de olhos” nós não vamos pensar em fugir para as montanhas. Não teremos tempo para isso! Certamente não pensaremos em descer para pegar nosso casacão, mesmo que seja inverno!

Chris: Boa observação!

Will: O que Yahushua está falando é sobre um tempo de grande aflição — e aqui está o que ignoramos — do qual é possível fugir!

Chris: Huummm. Você tem razão. Ninguém pode "fugir" da Grande Tribulação ou do tempo de angústia, os quais a maioria dos cristãos presume preceder ao retorno de Cristo.

Will: Nehuma pessoa pode, na verdade, fugir do retorno de Cristo. Isso não faz sentido.

Mas sabemos por meio de Josefo, que foi testemunha ocular da destruição de Jerusalém, que nenhum cristão foi morto quando a cidade foi atacada. Por quê? Porque todos fugiram. Eles prestaram atenção à advertência de Cristo e saíram.

Agora, nos versículos 24 a 32, Yahushua aborda a pergunta deles sobre o tempo. Quando tudo isso irá suceder?

Chris: Você tem que admitir que esta passagem soa apocalíptica. Ele está falando sobre o escurecimento do sol, e que a lua não daria sua luz. Tudo soa muito próximo do fim desse mundo.

Will: Soa sim, se você não sabe que isso é, na verdade, linguagem e simbologia do Antigo Testamento.

Vejamos alguns exemplos disso e você verá que o que aplicamos ao fim do mundo é uma linguagem comumente usada no Antigo Testamento para descrever os decursos do julgamento de Yahuwah sobre as nações.

Vamos começar com Isaías 13. Você poderia ler para nós os versículos 6 a 13?

Chris:

Uivai, pois está perto o Dia de Yahuwah;

vem do Todo-Poderoso como assolação.

Pelo que todos os braços se tornarão frouxos,

e o coração de todos os homens se derreterá.

Assombrar-se-ão, e apoderar-se-ão deles dores e

ais, e terão contorções como a mulher parturiente;

olharão atônitos uns para outros; o seu rosto se

tornará rosto flamejante. Eis que vem o Dia de

Yahuwah, dia cruel, com ira e ardente furor, para

converter a terra em assolação e dela destruir os

pecadores. Porque as estrelas e constelações dos

céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer,

se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua

luz. Castigarei o mundo por causa da sua maldade e

os perversos, por causa da sua iniquidade; farei cessar

a arrogância dos atrevidos e abaterei a soberba dos

violentos. Farei que os homens sejam mais escassos

do que o ouro puro, mais raros do que o ouro de Ofir.

Portanto, farei estremecer os céus; e a terra será

sacudida do seu lugar, por causa da ira de Yahuwah

dos Exércitos e por causa do dia do seu ardente furor.

Will: Parece com certeza uma profecia apocalíptica, não parece?

Chris: Parece mesmo.

Will: Mas não é. O versículo 1 afirma que esta é, abre aspas: "Sentença que, numa visão, recebeu Isaías, filho de Amoz, contra a Babilônia". Esta não é uma linguagem apocalíptica, que descreve o fim do mundo, mas, sim, uma linguagem de um julgamento.

E há muitos outros exemplos disso em todo o Antigo Testamento. Você encontra em Isaías, capítulos 19 e 34. Você pode encontrar também em Ezequiel 32 e em todo o livro de Joel. Estão todos lá.

Chris: Sim, e Joel 2 é citado em Atos 2, afirmando que o Dia de Pentecostes — há dois mil anos atrás! — fora o cumprimento dessa profecia.

Will: Exatamente. E a linguagem usada em todas essas passagens é paralela não apenas a Mateus 24, mas também ao livro do Apocalipse. A questão é que você não conseguirá interpretar corretamente Mateus 24 ou Apocalipse sem uma compreensão completa das profecias do Antigo Testamento que se assemelham a essas passagens. Em vez disso, você acabará usando uma simbologia, mas que deveria ser interpretado literalmente e literalizando o que é, na verdade, simbólico.

Mas vamos dar uma olhada novamente em Marcos 13. Você poderia ler os versículos 28 a 31? Aqui Cristo fala mais sobre o elemento "temporal" da pergunta dos discípulos.

Chris:

Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim, também vós: quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.

Will: Isso é muito claro! “Não passará esta geração—a geração daqueles que me ouvem neste momento—sem que tudo isso aconteça”. No versículo 32, ele diz que ninguém poderia saber de antemão o dia nem a hora em que Jerusalém seria destruída, e é por isso que, nos versículos 33 a 37, ele repete e reforça de uma forma enfática, a necessidade de vigiar. Versículo 37: “O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!”

Isso é imperativo! E foi exatamente essa premência que salvou a vida dos cristãos que viviam em Jerusalém naquela época. Eles deram atenção às advertências de Cristo e vigiaram. E quando os exércitos romanos recuaram por um curto espaço de tempo, eles fugiram.

Você está ouvindo a Rádio World Last Chance.

Rádio WLC: Ensinando e preparando corações para o iminente retorno de Cristo.

A vida é bastante agitada e, por mais que tentemos desacelerar, pode parecer que estamos cada vez mais ocupados. E é por isso que é importante ter suas prioridades bem delineadas. Mas, com demandas que nos cercam de todos os lados, seja da família, dos chefes, bem como dos amigos pode ser difícil administrar o nosso dia a dia.

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E o que você deve fazer quando sente que está sendo sacudido de um lado para o outro? A resposta é surpreendentemente simples: esteja certo de que suas prioridades estão alinhadas com as prioridades de Cristo. Se você fizer isso, todo o resto será apenas detalhes.

E se esta é uma área com a qual você tem dificuldades, você não vai querer perder o programa 145, intitulado "Preserve o “que é importante como a coisa mais preciosa". Você aprenderá dicas valiosas sobre como deixar de lado os muitos obstáculos que tentam bagunçar a nossa vida. Assim, procure alinhar suas prioridades às prioridades de Cristo. Ouça "Preserve o “que é importante como a coisa mais preciosa", programa 145, no https://www.worldslastchance.com/portuguese.

Parte 3

Will: Chris, o relato de Lucas é ainda mais direto que o de Marcos, pois ele está escrevendo para um público gentio em geral e sua fraseologia é a menos "judaica" de todas.

Você poderia ler os versículos 1 a 36 de Lucas 21, por favor? Vamos ver como Lucas formula suas concepções.

Chris:

Estando Yahushua a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.

Falavam alguns a respeito do templo, como estava ornado de belas pedras e de dádivas; então, disse Yahushua: Vedes estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada.

Perguntaram-lhe: Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?

Respondeu ele: Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo.

Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu.

Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho. Assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem. E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós. De todos sereis odiados por causa do meu nome. Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça. É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.

Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela. Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles.

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.

Ainda lhes propôs uma parábola, dizendo: Vede a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, vendo-o, sabeis, por vós mesmos, que o verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Yahuwah.

Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.

Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem.

Will: Obrigado. Perceba que é mais ou menos o mesmo que o relato de Marcos. Temos a história da viúva com sua modesta oferta, e temos também os discípulos comentando sobre a magnitude do templo — claramente possibilitada pelas doações dos mais abastados — e por fim temos Yahushua lhes dizendo que tudo seria destruído.

Os dois relatos são próximos o suficiente para que não precisemos nos aprofundar em detalhes, mas há apenas algumas coisas que são um pouco diferentes. Eles não contradizem Marcos e Mateus; apenas ajudam a esclarecer a intenção original de Cristo nesta mensagem.

Leia novamente o versículo 7. É aqui que os discípulos perguntam a Yahushua o que ele queria dizer com a sua fala sobre a destruição do templo.

Chris: Ahhh… “Perguntaram-lhe: Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?”

Will: “Estas coisas”. Mas que coisas? Advertências de quando a Segunda Vinda ocorreria? Se fosse esse o caso, Teófilo — para quem Lucas escreveu seu evangelho — teria sido enganado.

E, como no caso de Marcos, os "sinais" a serem observados não são falsos Cristos, guerras e revoltas, terremotos, fomes, pragas, perseguições ou mesmo "eventos espantosos e grandes sinais no céu". O sinal a ser observado é apresentado no versículo 20. Toda a simbologia foi removida do relato de Lucas, e ele declara claramente o que Cristo quis dizer, e é a isso que Mateus e Marcos se referem como “o abominável da desoladora” ou a “abominação da desolação". Como Lucas expressa isso? Encontramos esta informação no versículo 20, e esta é a chave para entender o sinal que Cristo pretendia que seus ouvintes entendessem.

Chris: "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação."

Will: Este é o sinal. Quando virdes Jerusalém citiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Fujam!

Chris: Não tem como ser mais claro do que isso.

Will: Não, não tem. Aqui não há simbologia. E até Mateus, quando se referiu ao "abominável da desolação", manteve o comentário entre parênteses: "Quem lê, entenda", e Ele estava usando uma linguagem simbólica.

Lucas, escrevendo para um público gentio, omitiu a simbologia e simplesmente disse a coisa como ela era: Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.

Vamos agora para Mateus 24. Tendo em mente tudo o que aprendemos nas passagens paralelas de Marcos e Lucas, vejamos como Mateus comunga esse discurso com seu público judeu.

Chris: Acho que minha primeira pergunta seria: os discípulos realmente fizeram três perguntas, como aparece em Mateus? Ou será que o estilo de escrita mais para o lado judaico de Mateus faz com que pareça assim para os leitores modernos?

Will: Essa é uma excelente pergunta. Leia novamente Mateus 24, versículo 3.

Chris: “No monte das Oliveiras, achava-se Yahushua assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.”

Will: Lemos “o sinal da tua vinda” e automaticamente pensamos: “Ah! Eles estão falando sobre o retorno de Cristo”. No entanto, um público judeu não presumiria isso. Um leitor judeu do primeiro século reconheceria nessa frase uma referência ao julgamento vindouro, assim como lemos em Isaías 13.

Mateus usa isso em outro lugar. Leia Mateus 16, versículo 28.

Chris: “Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.”

Will: Nem todas as falas da “vinda” de Cristo se referem ao seu retorno futuro e que todos nós aguardamos.

Por exemplo, Lucas 19, versículo 44, diz: “E te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.”

Esta é uma clara alusão à destruição de Jerusalém, quando não ficou pedra sobre pedra.

Chris: E quanto à referência ao “fim dos séculos”? Isso me parece uma expressão do fim do mundo, e algumas versões até traduzem dessa forma, ou seja, como o fim do mundo.

Will: Para mim também parece. Mas isso ocorre porque estamos projetando nossa compreensão moderna nesta passagem. Um leitor judeu do primeiro século a teria interpretado de forma diferente.

Para começar, a palavra usada no grego é aion, ou “século”, e não kosmos ou “mundo”. Portanto, traduzi-la como “fim do mundo” está incorreta.

Também precisamos lembrar que os discípulos não estariam perguntando sobre o retorno de Yahushua no fim do mundo, porque eles ainda não tinham compreendido que ele iria descer à sepultura, muito menos deixar essa Terra! Mesmo tendo-os advertido claramente em Lucas, capítulos 9 e 18, e eles ainda não tinham compreendido. De fato, Lucas 18:34 diz, abre aspas: “Eles, porém, nada compreenderam acerca destas coisas; e o sentido destas palavras era-lhes encoberto, de sorte que não percebiam o que ele dizia”. Isso aconteceu depois que Cristo lhes disse sem rodeios que seria preso em Jerusalém, açoitado e crucificado. Portanto, não há como eles estarem imaginando o que temos como o retorno de Cristo no “fim do mundo.”

Chris: Sim, esse é um bom ponto.

Will: No registro de Marcos sobre a pergunta do discípulo, ele usa uma palavra base interessante. Marcos 13, versículo 4, diz: “Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se”. A expressão "fim" dos tempos, em Mateus, vem da mesma palavra grega que em Marcos é traduzida como "cumprido."

Chris: E se os discípulos não estavam questionando sobre o fim do mundo, como presumimos, o que especificamente eles estavam indagando?

Will: Na minha opinião, há duas possibilidades, neste contexto, ambas com mérito. A primeira é a suposição de que a única ocasião em que Jerusalém e o templo poderiam ser destruídos seria no fim do mundo.

Em segundo lugar, como "vinda" é traduzida da palavra grega parousia, que significa literalmente "presença", é possível que eles estivessem imaginando que Yahushua viria à Jerusalém como um rei conquistador para tomar o controle dos romanos. Parousia era frequentemente usada para se referir à vinda de um rei, e posso imaginá-los interpretando dessa forma.

Chris: Eu também. Quer dizer, a última coisa que as Escrituras registram que eles disseram a Cristo antes de sua ascensão foi: "Será este o tempo em que restaures o reino a Israel?". Quer dizer, eles realmente não tinham a mínima ideia, não é mesmo?

Will: Não naquele momento. Mas, independentemente de como os discípulos interpretaram "estas coisas", quando Yahushua usou essa frase, ele estava se referindo à destruição do templo, como fica óbvio quando olhamos para os relatos de Marcos e Lucas sobre aquele diálogo.

Mateus acrescenta alguns detalhes que Marcos e Lucas omitem. Por exemplo, ele fala sobre o evangelho sendo pregado ao mundo inteiro antes do "fim."

Chris: Como você aplicaria isso ao primeiro século?

Will: Isso é fácil! Em suas saudações iniciais aos crentes em Colossos, Paulo diz: "o evangelho está produzindo fruto e crescendo em todo o mundo". No versículo 23, ele acrescenta, abre aspas: “Este é o evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.”

Chris: E Paulo foi martirizado antes da queda de Jerusalém, entããão…

Will: Então, isso definitivamente teve um cumprimento no primeiro século.

Chris: E quanto ao versículo 31 de Mateus 24? Diz: “E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.”

Will: Essa ideia de “reunir os escolhidos” aparece em todo o Antigo Testamento. Claro! Pode se referir aos crentes sendo reunidos quando Cristo retornar, mas também pode se referir ao evangelho se espalhando pelo mundo então conhecido; e poderia até se referir aos crentes sendo reunidos em Jerusalém antes de sua destruição. Estar reunido não se refere exclusivamente ao fim do mundo.

Abra em Deuteronômio 30, versículo 4. O que diz?

Chris: Huummm… “Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde aí te ajuntará Yahuwah, teu Deus, e te tomará de lá."

Will: Esta é uma promessa de reunir Israel depois que eles foram dispersos como punição por adorarem falsos deuses.

E quanto a Isaías 27, versículo 13? Este não usa a palavra "reunir", mas ainda podemos encontrar essa ideia estampada neste verso.

Chris: "Naquele dia, se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e os que forem desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão a Yahuwah no monte santo em Jerusalém."

Will: Mateus também discorre mais sobre a advertência de Cristo para vigiar, e aqueles que atendessem à sua repreensão seriam comparados a Noé. Enquanto todo o mundo perverso foi pego de surpresa, Noé e sua família escaparam da destruição. O mesmo aconteceu com os crentes que esperaram e reconheceram o sinal de Jerusalém cercada por exércitos… até que eles se retirassem. Assim como Noé, eles foram poupados.

Há mais uma passagem que eu gostaria de analisar: Lucas 17. Embora esta passagem não seja um paralelo a Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21, ela contém muitos dos mesmos sinais, mas que apenas não estão na mesma ordem.

Chris: Bem, foi um diálogo diferente dos demais.

Will: Sim, foi. Por que você não lê para nós? Lucas 17, versículos 20 a 37.

Chris:

Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Yahuwah, Yahushua lhes respondeu: Não vem o reino de Yahuwah com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Yahuwah está dentro de vós.

A seguir, dirigiu-se aos discípulos: Virá o tempo em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem e não o vereis. E vos dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Não vades nem os sigais; porque assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do Homem. Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por esta geração.

Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos.

O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos.

Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará. Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra. [Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro, deixado.]

Então, lhe perguntaram: Onde será isso, Senhor?

Respondeu-lhes: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também os abutres.

Will: Temos três explicações possíveis para esta passagem.

Primeira, o Espírito Santo estava um pouco distraído naquele dia e tudo estava de cabeça para baixo.

Chris: Isso não diz muito sobre o Espírito Santo, e essa opção não é válida. O que mais?

Will: Bem, você poderia argumentar que toda esta passagem se refere à Segunda Vinda de Yahushua e não à destruição de Jerusalém, apesar das semelhanças com outras passagens que se referem à destruição de Jerusalém. No entanto, não acredito que esta seja uma explicação viável.

A formulação desta passagem reflete muito de perto a descrição da destruição de Jerusalém em Mateus 24. Por exemplo, o versículo 31 de Lucas 17 diz: “Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás”. Como isso se encaixa com a Segunda Vinda?

Chris: Não se encaixa.

Will: Mas se encaixa com a destruição de Jerusalém.

O mesmo acontece com os versículos 28 e 29, onde Ló, assim como Noé, é usado como exemplo daqueles que conseguem fugir em um momento oportuno. Novamente: isso se encaixa com os crentes que fogem de Jerusalém quando os exércitos romanos se retiraram. Não se encaixa com nada que aconteça quando Cristo retornar. Tudo o que nos é dito sobre o retorno de Cristo é que devemos viver em um estado de prontidão — um estado de rendição perpétua — porque não nos é possível saber quando ele virá, e não há sinais a serem observados!

Yahushua deixou claro que até os justos serão pegos de surpresa quando Yahushua retornar. É por isso que devemos viver em prontidão. Não há sinais de seu retorno, mas havia da destruição de Jerusalém. Este é o maior argumento a favor de Lucas 17 ser mais uma advertência da queda de Jerusalém. Não importa que os sinais sejam dados em uma ordem diferente: eles ainda são sinais a serem observados!

Chris: Acho que muitas vezes colocamos a Bíblia em padrões que não fazem nenhum sentido.

Will: O que você quer dizer com isso?

Chris: Bem, quando conversamos com alguém, compartilhamos o que pensamos ou mesmo conhecemos, ou seja lá o que for. Mas, talvez, dias mais tarde, voltemos a falar sobre o mesmo assunto com uma outra pessoa. Será que vamos mesmo repetir exatamente os mesmos pensamentos na mesma ordem nessa outra conversa com essa outra pessoa?

O que quero dizer é, que a diferença faz se os sinais dados em Lucas 17 não estão na mesma ordem que aqueles dados em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21? É um diálogo diferente um do outro. Mas, como você disse: os sinais ainda são latentes, e Yahushua deixou claro que não haveria sinais que advertiriam sobre seu retorno.

Will: Exatamente.

Mateus 25 é uma continuação de Mateus 24. É em Mateus 25 que temos a parábola das virgens prudentes e das tolas. É uma advertência de quão inesperado será o retorno de Cristo. E quantas virgens adormeceram enquanto aguardavam o noivo?

Chris: Todas elas.

Will: Versículo 5: “Todas foram tomadas de sono e adormeceram”. É por isso que ele conclui a parábola dizendo no versículo 13: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.”

Nós vigiamos porque não recebemos nenhum sinal; ao contrário da queda de Jerusalém, que teve muitos sinais.

Promessa diária (Laura Lee)

Olá! Eu sou a Laura Lee, com sua Promessa Diária da Palavra de Yah.

Você já viu aquelas orelhinhas de duendes que vendem por aí? É possível encontrá-las online ou, às vezes, em lojas de artigos para festas. Elas são feitas de um silicone durável, porém, macio e são ofertadas em uma variedade de tons de pele.

Bem, uma das minhas filhas de idade juvenil tem um par dessas orelhas, e ela adora colocá-las quando vai à cidade. Ela é muito simpática e gosta demais de fazer amizade e conversar com pessoas que ela ainda não conhece, e suas orelhinhas de duendes atraem públicos de diversas idades de uma forma instantânea. As crianças, em particular, ficam fascinadas com suas orelhas e sempre se aproximam para olhar mais de perto. E até mesmo os cães da vila reconhecem sua presença gentil e amigável e vêm correndo sempre que a veem. Ela é como um flautista mágico que atrai crianças e animais.

Ontem, ao vê-la sorrindo e interagindo com um pequeno grupo de crianças curiosas, lembrei-me da ocasião em que os discípulos ficaram intrigados com a forma como as crianças se aglomeravam em volta de Yahushua. Eles achavam que o Mestre era importante demais para que ele perdesse tempo com meras crianças. O Salvador os repreendeu, dizendo: "Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus."

Você pode estar se perguntando do porquê eu consideraria isso uma promessa. Bem, a razão é simples: Yahuwah é nosso Pai. Ele nos ama com o mesmo amor sem precedentes que um pai tem por seu filho. Para aqueles que nunca tiveram um pai amoroso, deixe-me apenas te dizer que Yahuwah é o pai que você sempre desejou ter: altruísta, bondoso, compassivo e paciente com os nossos deslizes e célere em perdoar nossas ofensas. O Salmo 103 nos diz que Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos apenas pó.

Tiago 5, versículo 11, nos assegura: "Porque Yahuwah é cheio de terna misericórdia e compassivo", e podemos confiar no amor Dele por nós. Quando nos achegamos a Ele, Ele não nos decepcionará. Ele espera com anseio para ter um relacionamento íntimo com cada indivíduo na Terra, pois cada um de nós é muito precioso para Ele como se não houvesse outra alma por quem Cristo morreu.

Recebemos grandes e preciosas promessas. Vá e comece a reivindicá-las!

Parte 4

Chris: Caros ouvintes, obrigado por participar conosco no programa de hoje. Se você gostou do estudo apresentado e gostaria de compartilhá-lo com outras pessoas, você poderá encontrá-lo em nosso site, no https://www.worldslastchance.com/portuguese. Procure pelo programa 278, intitulado "Predizendo a Queda de Jerusalém."

Temos também disponibilizado há anos nossos programas de rádio no YouTube e você poderá encontrá-los lá. No entanto, em certos países, alguns de nossos programas sobre temas mais polêmicos foram removidos do YouTube. Se você tentar procurar por um determinado programa e não conseguir encontrá-lo, pode ser por isso. Mas você poderá sempre encontrar tudo em nosso site.

E esperamos que vocês possam se juntar a nós novamente amanhã, e até lá! E, lembrem-se: Yahuwah te ama. . . e Ele é digno de confiança!

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Este programa e os episódios anteriores da Rádio WLC estão disponíveis para download em nosso site. Eles são ótimos para compartilhar com amigos e para usar em estudos bíblicos! Eles também são um excelente recurso para aqueles que realizam seus cultos a Yahuwah sozinhos em seus lares. Para ouvir os programas transmitidos anteriormente, visite nosso website, no https://www.worldslastchance.com/portuguese. Clique no ícone Rádio WLC exibido em nossa página inicial.

Em seus ensinamentos e parábolas, o Salvador não deu “sinais dos tempos” para que eles fossem reconhecidos como tais. Em vez disso, a essência de sua mensagem era de vigiar … sem cessar. Junte-se a nós novamente amanhã para uma outra mensagem repleta de verdades ao exploramos vários tópicos que apontam para o retorno do Salvador e de como viver e estar constantemente preparado para recebê-lo de braços abertos quando ele vier.

Rádio WLC: Ensinando e preparando corações para o retorno iminente de Cristo.